segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Fisioterapia no Brasil: para onde estamos indo?



Embora seja fato que a profissão Fisioterapeuta é ainda bastante nova no Brasil, não podemos de forma alguma, justificar a falta de reconhecimento profissional baseados apenas nos poucos anos de seu reconhecimento formal.

Quem vive da profissão conhece muito bem as dificuldades do dia a dia. Os baixos salários e a obrigatoriedade da hierarquia médica na requisição de exames e de encaminhamentos nos planos de saúde são exemplos bastante simples. Da mesma forma, a inexistência de vagas em grande número de empresas privadas e na maioria dos concursos públicos parece destacar a fisioterapia como área da saúde de pouca importância.


Desde a formulação da Declaração de Alma Ata (tema de assuntos futuros deste blog), muito se tem falado na atenção primária em saúde, a qual tem como um de seus pilares a integralidade de cuidados, considerando o indivíduo como um todo. A partir desta visão, foram criadas as chamadas equipes multidisciplinares (a meu ver, multiprofissionais), das quais teoricamente o fisioterapeuta deveria também fazer parte. Mas não faz. Não na esmagadora maioria dos municípios brasileiros.


A questão é: a fisioterapia no Brasil tem se mostrado essencial na promoção, prevenção, tratamento e reabilitação de distúrbios cinéticos funcionais como preconizado em nosso perfil profissional? Se a resposta a esta questão for afirmativa, qual o motivo das dificuldades presentes em nosso quotidiano?


Este espaço tem como um de seus objetivos a promoção de debates e reflexões a respeito dos principais problemas vivenciados por fisioterapeutas comprometidos profissionalmente, aqueles que buscam fazer a diferença através de uma ciência da saúde baseada em evidências.
Entretanto, creio que manter a porta aberta para todo tipo de discussão séria e interessante a respeito da profissão será produtivo para todos que estão preparados para lutar por maior reconhecimento profissional. 
Da mesma forma, estudantes, profissionais de outras áreas da saúde, educadores e o público em geral poderão contribuir com experiências interessantes vistas por diferentes perspectivas. São todos bem-vindos!


Como ponto de partida, deixo a seguinte questão em aberto:

A quem cabe a responsabilidade pelo reconhecimento de uma determinada profissão?



Até breve!

5 comentários:

  1. Acredito que devemos ser a mudança que buscamos ver no mundo. Cabe apena o próprio profissional buscar o reconhecimento. Um bom exemplo podemos pegar os planos de saúde que obrigam uma boa parcela dos profissionais a atuar com quantidade e não qualidade. Os mesmo se cansam e não buscam atualização, não conseguem sentar para estudar e buscar fazer novos cursos. Acredito que é possível conseguir muitas coisas, basta meter a mão na massa e buscar fazer sua parte. Porém acredito na formação de cooperativas na profissão, tabelar preços e aquecer o mercado. Entretanto, como tem gente que é pré-programada a não perder paciente se utiliza de preços muito baixos, se desvalorizando e desvalorizando a profissão.

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    1. Oi, Jéferson! Que bom ter você por aqui!

      Você está certo quando diz que muitos profissionais se submetem ao atedimento por produção para alcançar uma receita que julgam satisfatória! Os serviços do SUS são o melhor exemplo disso. O profissional comprometido, entretanto, não deveria jamais deixar seu aperfeiçoamento de lado!

      Lembro de um fato ocorrido em Recife e comentado em uma reunião do CREFITO há uns anos atrás. Um suposto "fisioterapeuta" colocou um anúncio em um jornal local com os seguintes dizeres: "Fisioterapia a domicílio - R$10,00 com direito a banho". Não sei realmente aonde quer chegar um profissional assim, mas sei que temos caminhos completamente diferentes! Espero (não fiquei sabendo do desfecho) que este indivíduo tenha tido sua licença profissional caçada!

      Quanto a formação de cooperativas ou mesmo uma de associação, o José Maria de Araújo Perpetuo Filho e eu tivemos uma experiência interessante há alguns anos atrás em Pato Branco. Depois de contatarmos todos os fisioterapeutas da região, não conseguimos a adesão do número mínimo de 23 profissionais (acho que este era o número mínimo na época) sequer para um jantar no qual discutiriamos o assunto. E isso se repetiu por três vezes! Na minha opinião a falta de união entre os fisioterapeutas é a principal causa da situação em que vivemos. As diferenças não nos levarão a nada!

      Um abraço!

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    2. Jéferson e Adriane

      Precisamos qualificar o que seria o reconhecimento de uma profissão. Já vi gente atribuindo a si mesmo a profissão de visionário. E isso foi divulgado em um documentário muito conhecido, implicando em reconhecimento. No Brasil existe, por exemplo, amplo reconhecimento social e legal da homeopatia como prática de medicina. Isso é um disparate simplesmente inaceitável. Afinal, homeopatia não é reconhecida como ciência. E medicina é ciência. Creio que Adriane poderia promover uma discussão sobre o que, afinal de contas, é o reconhecimento de uma profissão?

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    3. Oi, Adonai!
      Fico contente com sua colaboração e sua sugestão é muito bem-vinda! Na realidade minha intenção era levantar a questão quanto a "valorização" profissional, pois muitos são os fisioterapeutas que ainda deixam muito a desejar em suas práticas. Você bem sabe disso pois já teve experiências negativas com a fisioterapia. Claro que a falta de comprometimento profissional não é exclusiva desta profissão, mas não chegaremos a lugar nenhum se não formos capazes de mostrar o quanto nossa intervenção pode alterar - para melhor - os comprometimentos cinéticos-funcionais que nos propomos tratar!
      Sua colocação me chamou a atenção para a compreensão literal do termo "reconhecimento" o qual empreguei neste texto com o sentido de "valorização". Em breve publicarei um texto a respeito. Mais uma vez, muito obrigada! Sua paciência e contribuição tem me ajudado muito!

      Um abraço!

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